sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Que presente eles querem?

Como estamos comemorando o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, pensei em contar uma história de superação ou trazer alguma informação dos eventos que estão acontecendo no dia de hoje, mas resolvi fazer algo diferente e mostrar o outro lado da história. Convidei um amigo que não tem deficiência, mas que conhece bem sobre o assunto. O jornalista, cartunista e roteirista Victor Klier, autor do projeto de HQ Turma da Febeca, do qual já comentei aqui.
Como nos quadrinhos, Victor trata do assunto de maneira natural e bem humorada, fazendo com que o tema saia da visão comum.
Agradeço, Victor ,ter me presenteado com esse texto, já que é meu dia também, não é mesmo? (hehe)

Que presente eles querem?

Hoje é dia dos deficientes, segundo o calendário dos novos tempos ditado pelo politicamente correto. Agora temos o dia da consciência negra, o dia do orgulho gay e uma infinidade de dias homenageando pessoas por sua importância histórica, (esta mais tradicional), por sua condição familiar, como pais e mães (esta mais por interesses comerciais) e por fim os dias do “politicamente correto”.
Antes que pensem que sou contra esses “dias”, saibam que não sou! Ao contrário até... Pois acredito que dias como os das mães ou dos pais, pessoas tão importantes e representativas em nossas vidas, todos os dias são dias deles. Concordam? Isso que digo nem é uma novidade e já é até meio clichê, mas é sempre bom lembrar que a maioria das pessoas com deficiência permanece com sua deficiência antes, durante e depois do dia em sua homenagem, e a maioria será até o fim da vida. O que quero dizer é que devemos lembrar todos os dias da importância de termos uma sociedade mais consciente. Acessibilidade e inclusão social não é favor, é direito adquirido e não é para funcionar só no dia dos deficientes, assim como criança não deve ter carinho e atenção somente no dia das crianças, certo?
No dia do trabalho, ninguém trabalha, estranho, né? Seria interessante se no dia dos deficientes, por exemplo, cadeirantes levantassem de suas cadeiras e saíssem andando e assim ficassem. Como não é o caso, cabe a todos a responsabilidade de lembrar de que o mundo precisa respeitar a TODAS as diferenças e as limitações de cada um, pois no fundo somos todos deficientes... Ou acha que não?
Uma pergunta que não quer calar... Devemos presentear os deficientes no dia dos deficientes, como fazemos com mães, pais, crianças etc? Certamente se o comércio for esperto, descobrirá uma nova forma de lucro... Mas acho que o presente que todos os deficientes gostariam de ganhar, mais do que qualquer objeto de loja, seria o de ser lembrado que é um ser humano como qualquer um de nós, com sentimentos, com os mesmo direitos de ir e vir, de estudar e trabalhar, de namorar, de fazer sexo (oba!), de ser feliz... Feliz dias dos deficientes! Feliz dia para todos nós!
Victor Klier

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Acessibilidade acessível... é possível?

O que vem em sua mente ao ouvir a palavra acessibilidade?

Com as mudanças que vêm ocorrendo, por conta da inclusão social das pessoas com deficiência, tem até acontecido alguma modificação nas estruturas arquitetônicas; já vimos piso tátil, estacionamento com vagas reservadas, rampas. Alguns lugares constroem de forma precária, outros com toda infra-estrutura, porém, os próprios dirigentes desses lugares não entendem que a acessibilidade tem que ser acessível...
Fui num dos teatros aqui da minha cidade, Presidente Prudente (SP), anexo ao prédio da prefeitura, e o acesso da calçada para a bilheteria tem duas escadarias: a primeira, com uns oito degraus estreitos, e a segunda é parecida, mas há um elevador para cadeirantes. Existe uma maneira de entrar sem ter que descer pela primeira escada, que é pelo estacionamento da prefeitura cercado por grades e portões, terminando o estacionamento, existe outro portão
Eu e meu amigo fomos num domingo e os portões estavam fechados, com alguns carros da prefeitura guardados. Então, ele foi perguntar para a funcionária da bilheteria como eu entraria lá e ficaram sem saber o que fazer, respondendo-lhe que logo viria alguém para abrir os portões, esperamos muito e então ele decidiu descer as escadas comigo(ele aprendeu a descer e subir degraus comigo na cadeira), e ele avisou a funcionária que já havíamos descido a primeira escada, aí aconteceu o mais engraçado, o elevador estava fechado, nos disseram a mesma coisa, que esperássemos alguém vir abri-lo , percebemos um corre-corre, provavelmente nem sabiam onde estava a chave. Como queríamos assistir à peça, resolvemos nos aventurar e descer a outra escadaria. Avisamos novamente e a moça, com um sorriso de alívio estampado no rosto, disse-nos: “ Ah sim! Já vamos abrir a porta para que entrem primeiro “.
Prontamente e com muita gentileza e simpatia, como se fosse um ato heróico, abriram a porta para que entrássemos ... muito bacana exerceram a cidadania!
O interessante é que, mesmo com toda essa dificuldade e constrangimento de ambas as partes, nossa (do meu amigo e eu) e deles, por não estarem preparados para usar a acessibilidade disponível, ainda assim, na saída não abriram o elevador nem os portões, saímos da mesma maneira que entramos.
Tenho vivenciado muitas situações parecidas, em escolas que tem rampas ou entradas plainas, mas tem que manter o portão fechado, por que as pessoas sem deficiência não respeitam, param motos na entrada, impedindo o acesso, ou dizem que não abrem porque não tem deficientes freqüentando o prédio. Claro! não são todos que tem o “espírito” aventureiro, já enfrentam as barreiras físicas, ainda chegar numa escola, ter que gritar da calçada –“Oi estou aqui, abram o portão”, e esperar por uns 5 minutos até um funcionário chegar e abrir(vivi isso numa das escolas). Também numa escola de teatro, com rampa, mas o portão que mantém aberto é do estacionamento com pedrinhas soltas, impossível de circular com a cadeira...
Engraçado também uma sorveteria muito bacana daqui, construíram uma rampa suave, bem revestida, cheguei no fim da rampa colocaram mesas e estavam ocupadas por duas famílias que tiveram que sair, cada um segurando sua taça gigantesca de sorvete e os funcionários retirando as mesas e cadeiras
A universidade onde estudo tem um número considerável de vagas reservadas para pessoas com deficiência, sinalizadas, com guia rebaixada. Faz um ano e meio que freqüento lá, mas era impossível conseguir uma vaga sequer, pois os motoqueiros ocupavam todas, inclusive no rebaixamento das calçadas, dificultando nosso acesso. Para fazer valer esse direito dos verdadeiros usuários, a universidade teve que fechar a entrada das vagas e disponibilizar dois funcionários para manter a organização.
É certo isso, ter que “cercar” a acessibilidade para que seja acessível?
O que está faltando é conscientização e educação de um modo geral.
Eu sou diferente de você. Você é diferente de mim. Somos todos diferentes, mas numa coisa somos iguais... Gostamos de respeito!

O motorista deste carro não tem deficiencia, mas usa a vaga.

Todas as vagas usadas por motoqueiros
são reservadas para pessoa com deficiencia.

Caminhada com mais de três mil participantes,
com muitos cadeirantes convidados...
Aceitei o convite para a caminhada, mas tive que enfrentar
obstáculos para chegar no ponto de partida, que era logo
depois da escadaria. Convidaram cadeirantes, mas
esqueceram de providenciar acessibilidade.

sábado, 18 de setembro de 2010

O amor faz a diferença

Ultimamente, temos convivido com muitas notícias terríveis, carregadas de barbárie. E o mais assustador é que alguns dos muitos casos são cometidos pelos próprios pais. A pessoa que deveria ser a imagem de proteção e segurança para uma criança comete crimes aterrorizantes, com requintes de crueldade, contra esses seres indefesos.
Tamanho é o bombardeio diário da mídia em cima dessas notícias, que nos acabamos adaptando a elas e aprendendo a conviver com certa naturalidade e até de maneira alienada.
Fico-me perguntando: Onde está e em que momento se perdeu o “amor natural” que serviria como referência entre os sentimentos mais nobres, dentre todas as formas de amor incondicional?
São perguntas que se calam dentro de mim, sem respostas ou pelo menos que cheguem perto de alguma razão aparente, dentro dos delírios da mente humana, que justifiquem tamanha loucura.
Foi num desses meus questionamentos que acabei me deparando com a história de Dick e Rick Hoyt, que hoje divido com você e que, em meio a esse lamaçal, vem provar, mais uma vez, que, enquanto alguns cometem atos de extrema crueldade e desumanidade, outros se dedicam, de forma visceral, aos mesmos, fazendo-nos crer no caráter humano e em atos de amor, que justificam a razão de sermos chamados de GENTE!!!!
O texto original foi publicado em inglês na Sports Illustrated e é de autoria de Rick Reilly.
O pai mais forte do mundo
Oitenta e cinco vezes Dick Hoyt empurrou seu filho deficiente, Rick, por 42 quilômetros em maratonas. Oitenta vezes ele não só empurrou seu filho os 42 quilômetros em uma cadeira de rodas, mas também o rebocou por quatro quilômetros em um barquinho enquanto nadava e pedalou 180 quilômetros com ele sentado em um banco no guidão da bicicleta tudo isso em um mesmo dia.
Dick também o levou em corridas de esqui, escalou montanhas com ele às costas e chegou a atravessar os Estados Unidos rebocando-o com uma bicicleta. E o que Rick fez por seu pai? Não muito exceto salvar sua vida.
Esta história de amor começou em Winchester, nos EUA, há 43 anos quando Rick foi estrangulado pelo cordão umbilical durante o parto, ficando com uma lesão cerebral e incapacitado de controlar os membros do corpo.
-Ele irá vegetar pelo resto da vida - disse o médico para Dick e sua esposa Judy quando Rick tinha nove meses.
- Vocês devem interná-lo em uma instituição.
Mas o casal não acreditou. Eles repararam como os olhos de Rick seguiam os dois pelo quarto. Quando Rick fez 11 anos eles o levaram ao departamento de engenharia da Tufts University e perguntaram se havia algum jeito do garoto se comunicar.
- Jeito nenhum - disseram a Dick - Seu cérebro não tem atividade alguma.
- Conte uma piada para ele - Dick desafiou. Eles contaram e Rick riu. Na verdade tinha muita coisa acontecendo no cérebro de Rick.
Usando um computador adaptado para ele poder controlar o cursor tocando com a cabeça um botão no encosto de sua cadeira, Rick finalmente foi capaz de se comunicar. Primeiras palavras? "Go Bruins!", o grito da torcida dos times da Universidade da Califórnia.
Depois que um estudante ficou paralítico em um acidente e a escola decidiu organizar uma corrida para levantar fundos para ele, Rick digitou: "Papai, quero participar".
Isso mesmo. Como poderia Dick, que se considerava a si mesmo um "leitão", que nunca tinha corrido mais que um quilômetro de cada vez, empurrar seu filho por oito quilômetros? Mesmo assim ele tentou.
- Daquela vez eu fui o inválido - lembra Dick - Fiquei com dores durante duas semanas.
Aquilo mudou a vida de Rick. Ele digitou em seu computador:
- Papai, quando você corria eu me sentia como se não fosse mais portador de deficiências.
O que Rick disse mudou a vida de Dick. Ele ficou obcecado por dar a Rick essa sensação quantas vezes pudesse. Começou a se dedicar tanto para entrar em forma que ele e Rick estavam prontos para tentar a Maratona de Boston em 1979.
- Impossível! - disse um dos organizadores da corrida.
Pai e filho não eram um só corredor e também não se enquadravam na categoria dos corredores em cadeira de rodas. Durante alguns anos Dick e Rick simplesmente entraram na multidão e correram de qualquer jeito. Finalmente encontraram uma forma de entrar oficialmente na corrida: Em 1983 eles correram tanto em outra maratona que seu tempo permitia qualificá-los para participar da maratona de Boston no ano seguinte.
Depois alguém sugeriu que tentassem um Triatlon. Como poderia alguém que nunca soube nadar e não andava de bicicleta desde os seis anos de idade rebocar seu filho de 50 quilos em um triatlon? Mesmo assim Dick tentou.
Hoje ele já participou de 212 triatlons, inclusive quatro cansativos Ironmans de 15 horas no Havaí. Deve ser demais alguém nos seus 25 anos de idade ser ultrapassado por um velho rebocando um adulto em um barquinho, você não acha? Então por que Dick não competia sozinho?
- De jeito nenhum - ele diz. Dick faz isso apenas pela sensação que Rick pode ter e demonstrar com seu grande sorriso enquanto correm, nadam e pedalam juntos.
Este ano, aos 65 e 43 anos de idade respectivamente, Dick e Rick completaram a 24a. Maratona de Boston na posição 5.083 entre mais de 20 mil participantes. Seu melhor tempo? Duas horas e 40 minutos em 1992, apenas 35 minutos mais que o recorde mundial que, caso você não saiba, foi batido por um homem que não empurrava ninguém numa cadeira de rodas enquanto corria.
- Não há dúvida - digita Dick - Meu pai é o Pai do Século.
E Dick também ganhou algo com isso. Há dois anos ele teve um leve ataque cardíaco durante uma corrida. Os médicos descobriram que uma de suas artérias estava 95% entupida. Os médicos disseram que se ele não tivesse se dedicado para entrar em forma é provável que já teria morrido uns 15 anos antes. De certa forma Dick e Rick salvaram a vida um do outro.
Rick, que hoje tem seu próprio apartamento (ele recebe cuidados médicos) e trabalha em Boston, e Dick, que se aposentou do exército e mora em Holland, Massachussets, sempre acham um jeito de ficarem juntos. Eles fazem palestras em todo o país e participam de alguma cansativa corrida nos finais de semana.
No próximo Dia dos Pais Rick irá pagar um jantar para seu pai, mas o que ele deseja mesmo poder fazer é um presente que ninguém poderia comprar.
- Eu gostaria - digita Rick - de um dia poder empurrar meu pai na cadeira pelo menos uma vez.

Acompanhe a história em video


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A elegância do comportamento

Já ouvi, muito, que uma pessoa, numa cadeira de rodas, perde toda a elegância, principalmente as mulheres.
Como tenho a alma inquieta, tento entender os porquês dos acontecimentos, dos pensamentos das pessoas, principalmente se tratando talvez não de um preconceito, mas de uma má informação, de um pensamento já pré-estabelecido. Então lembrei-me de um texto de Martha Medeiros, muito bom, que mostra, de forma inteligente, que a elegância não consiste apenas em segurar um talher corretamente, vestir-se bem, andar de salto alto, mas transcende esta ideia e conceito fúteis.
Veja o texto:
A elegância do comportamento
“As pessoas geralmente se preocupam com a aparência física e se esmeram, para mostrar certa elegância, de acordo com suas possibilidades. Isto é natural do ser humano. Tanto que muitos buscam escolas que ensinam boas maneiras.
No entanto existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isto, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza. É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais corriqueiras, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto - é uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que mais escutam do que falam.
E quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas de boca em boca. É possível detectá-la, também, nas pessoas que não usam um tom superior de voz. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores, porque não sentem prazer em humilhar os outros. É uma elegância que pode ser observada em pessoas pontuais, que respeitam o tempo dos outros e seu próprio tempo.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece. É quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte, antes, quem está falando, para, só depois, mandar dizer se está ou não.
É elegante não ficar espaçoso demais. Não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro. É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade. Sobrenome, cargo e joias não substituem a elegância do gesto. Não há livro de etiqueta que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo e a viver nele sem arrogância.
Podemos tentar capturar esta delicadeza natural por meio da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. A pessoa de comportamento elegante fala, no mesmo tom de voz, com todos os indivíduos indistintamente.
Ter comportamento elegante é ser gentil sem afetação;
É ser amigo sem conivência negativa;
É ser sincero sem agressividade;
É ser humilde sem relaxamento;
É ser cordial sem fingimento;
É ser simples com sobriedade;
É ter capacidade de perdoar, sem fazer alarde;
É superar dificuldades com fé e coragem;
É saber desarmar a violência com mansuetude e alcançar a vitória, sem se vangloriar.
Enfim, elegância de comportamento não é algo que alguém tem, é algo que alguém é.
Mais do que decorar regras de etiqueta e elaborar gestos ensaiados, é preciso desenvolver a verdadeira elegância de comportamento.
Importante que cada gesto seja sincero, que cada atitude tenha sobriedade. A verdadeira elegância é a do caráter, porque procede da essência do ser”.

domingo, 8 de agosto de 2010

Circuito de Corrida e Caminhada da Longevidade

Neste domingo, 01 de agosto, aconteceu, em Presidente Prudente, mais uma etapa do Circuito de Corrida e Caminhada da Longevidade,a Bradesco Seguros realiza o circuito em grandes cidades do Brasil, capital como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, e tem incluído Presidente Prudente, que contou com 3000 inscrições no total, entre caminhada e corrida.
Com uma manhã ensolarada e temperatura agradável, a caminhada de 3 Km iniciou às 9:15h, com saída do Centro Olímpico, contornando o Parque do Povo. O evento, além de contribuir para a preparação de atletas para as olimpíadas, de alertar para os cuidados que todos devem ter com a saúde, colaborou com a Aprev- Associação Prudente Recuperando Vidas - , revertendo a renda arrecadada com as inscrições para a instituição.
Compareceram, para a caminhada, alguns cadeirantes, a convite de Douglas Kato, que vem trabalhando com afinco, para a acessibilidade e inclusão da pessoa com deficiência. O departamento do Bradesco o procurou, solicitando-lhe que entrasse em contado com alguns amigos cadeirantes, para fazerem a inscrição.
Como sempre, encontros como esses, onde a diversidade está presente e acontece total respeito para com as diferenças, em que é possível ensinarmos e aprendermos ao mesmo tempo, são de uma magnitude deliciosa!


Geração de orgulho! Eles sabem bem o que querem...

Confira as próximas etapas:
15/08 Porto Alegre
29/08 São José do Rio Preto
17/10 São José dos Campos
24/10 Ribeirão Preto
21/11 Sorocaba
19/12 Rio de Janeiro

terça-feira, 22 de junho de 2010

Caravana da Inclusão

Estamos vivendo, talvez, o melhor instante do movimento de inclusão das pessoas com deficiência em todos os sentidos.
No ultimo dia 12 de junho, contamos, aqui, em nossa cidade de Presidente Prudente-SP, no Centro Cultural Matarazzo, com a “Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania”, idealizada pela secretária, doutora em fisiatria, Linamara Rizzo Batistella - Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência e da Uvesp – União dos vereadores do Estado de São Paulo - e conta com o apoio dos poderes municipais.
O prefeito Tupã pediu o apoio das autoridades presentes, para que as ações governamentais em favor do município sejam uma realidade, a fim de que possa ampliar o atendimento às pessoas com deficiência. A intenção é derrubar as barreiras e o preconceito contra os mesmos.
O vereador Douglas Kato (PV), que é cadeirante, entende, muito melhor, a necessidade e a urgência da aplicação da lei da acessibilidade. Por esta razão, vem trabalhando muito, para que essa prática seja aplicada, e acredita que esse evento, além da troca de experiência entre os presentes e novos contatos, vem fortalecer o trabalho da inclusão dentro do município.
Num bate-papo informal, no final do evento, com Luis Mário – diretor da Uvesp - , fiquei entusiasmada com a motivação que me passou diante de tal trabalho, dizendo que o momento é de união de todos e que devemos formar uma corrente em busca de um objetivo concreto, sempre tendo, em mente, que as leis existem e estão aí para ser cumpridas. E que este é um papel de todos, deficientes ou não, pois se trata de uma batalha em busca da cidadania e do exercício de nossos direitos e deveres com plenitude e igualdade
.

Douglas Kato(vereador de Pres. Prudente)
Luis Mário (Diretor Uvesp)

Psiu(vereador de Stª Cruz do Rio Pardo e atleta) e Ronilson(vereador de Teodoro Sampaio e diretor da Uvesp)

A próxima caravana acontecerá em Santos-SP.
Data: 26 de Junho - Sábado
Local da Caravana: UNIP
Endereço: Avenida Rangel Pestana nº147 (próximo ao CET) – Vila Mathias
Horário: 9h
Inscrições no local, gratuitamente, para toda a população
Mais informações, favor entrar em contato com a assessoria de comunicação da UVESP, pelos telefones (11) 3884.6746 / 3884.6661 ou pelo site www.uvesp.com.br ou ainda pelo hotsite http://www.caravana.campanhadigital.net.br/

terça-feira, 1 de junho de 2010

O exercício da maior de todas as artes!

Recebi um e-mail estranho, preconceituoso. Infelizmente, a pessoa não se apresentou de forma a conversarmos em tempo real.Tenho uma página em um site de relacionamento (Orkut), onde falo um pouco de mim.
Mas a pessoa ficou muito incomodada, dizendo-me que não cito que sou “portadora de deficiência”, para, em seguida, indagar-me se me envergonho disto.
Estranhei, muito, tal incômodo e má informação da parte dela, pois escrevo textos que são divulgados, falando só deste universo. Acho que ela não deve ter pesquisado a respeito.
Pois bem, não sou “portadora de deficiência”. Se fosse, certamente não a portaria mais, deixá-la-ia em casa e a esqueceria num canto qualquer.
Portadora sou do meu RG, CPF, enfim...
Sou uma pessoa com sonhos e planos. Tenho uma deficiência física, causada pela paralisia cerebral, que afetou minha coordenação motora, necessito de auxílio para algumas atividades físicas e, há dois anos e meio, tornei-me cadeirante.
Sou universitária, curso comunicação social. Para chegar até aqui, foram anos de muita luta, renúncias, privações. Amadureci mais cedo que as outras crianças e adolescentes, porque minha realidade era outra, era de compromissos nada convencionais para uma pessoa daquela idade. Acordava logo de manhãzinha, já com uma fisioterapeuta em casa, para fazer exercícios físicos. No período da tarde, uma terapeuta ocupacional e, duas horas depois, outra fisioterapeuta. Durante tres vezes na semana, natação e equoterapia. E, aos cinco anos de idade já incluía sessões de psicomotricidade (que foi o que possibilitou minha escrita, ainda que devagar, e a melhora em meus movimentos finos). Muitas viagens para consultas com profissionais reconhecidos internacionalmente, em instituições de reabilitação... incluindo uma cirurgia de alongamento dos tendões o que me obrigou a ficar com gesso dos pés até as coxas e uma trava entre os tornozelos, durante seis meses.
Ainda aos cinco anos, já conheci o preconceito e a rejeição em algumas situações, como escola (como pode perceber, não me destruiu).
Na fase da adolescência, comecei a cursar inglês, técnica vocal, teclado e Kumon. Mas tive que fazer a escolha, pois meu tempo não me permitia realizar todas essas atividades, porque meus tratamentos eram prioridade, prevalecia o que era melhor para minha condição física. Tudo foi feito no momento em que eu precisava. Desse modo, se tenho meus movimentos - ainda que limitados - e se não tenho uma deformidade maior, é devido a esse esforço e, claro, amor, dedicação e união incondicional da minha família, porque isto tudo custou dinheiro, meus pais investiram em mim em todas as circunstâncias, renunciaram a muitas coisas também. Mas sei que, um dia, serão recompensados, porque foi Deus quem os orientou, abençoou e direcionou para este caminho.
Por meio deste site de relacionamento e publicação dos meus textos, conheci muitas pessoas com deficiência; muitas não tiveram a mesma sorte que eu em alguns aspectos, alguns por morarem distante, sem os mesmos recursos.
Entretanto, em longas conversas, acabei ajudando-as, de alguma forma, a mudarem a visão que tinham, de modo que acabaram estimuladas a mudanças...
Então, a resposta para sua pergunta é: não me envergonho do que sou, não me aprisiono à minha deficiência, não canalizo meus pensamentos em meus limites, afinal o pensamento liberta o corpo!
Mas saiba que minha deficiência me proporcionou uma lição: a descoberta do imenso potencial humano, da valentia e do destemor, com que devemos manter a luz acesa, o espírito aberto e criativo, bem como o exercício da maior de todas as artes, que consiste em viver com dignidade!
Se, naquela apresentação, não comentei sobre isto, foi porque não sou a deficiência, sou Camila Mancini.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

"A beleza eu não sei definir"...

“Vem cara, me retrate. Não é impossível, eu não sou difícil de ler. Faça sua parte, eu sou daqui, eu não sou de Marte" (Marisa Monte - trecho da música Infinito Particular).

A estética é um assunto em evidência, sempre esteve presente na evolução da humanidade. Não é difícil encontrar essas etapas evolutivas. Veja, no tempo da pré - história, era bonito as mulheres terem excesso de pêlos por todo o corpo. Imagine, hoje, ficar um mês sem fazer depilação, nem pensar. Outro paralelo foi o período renascentista, quando o destaque era para as mulheres mais "cheinhas". Porém essa fase sofreu total alteração na década de 60, os padrões estéticos mudaram radicalmente, porquanto ser magro passou a ser primordial para a aceitação no mundo da moda. Atualmente, essa visão tem sido levada ao extremo, por vezes até cruel, quando meninas, tão jovens e belas, sofrem com a angústia de ter o corpo dentro dos “padrões” exigidos. Ser parecido com um esqueleto se tornou referência de beleza para muitos.
Com tanta tecnologia à disposição, não há uma capa de revista de moda que não tenha usado os famosos tratamentos de imagem. Com essa manipulação digital, acabam criando um biotipo de ser humano inexistente. Na maioria das vezes, não vemos nem os poros da pele. Quem não se lembra do caso de uma revista masculina que, de tantas correções, acabou deixando a modelo sem umbigo?
Essa busca incansável pela perfeição revela o lado discriminatório do mundo fashion, pois, se há essa exigência, como ampliar os horizontes de tal forma, a ponto de inserir uma pessoa com deficiência física nessa profissão?
Vemos que ainda existem muitas barreiras e preconceitos, quando falamos de pessoas com algum tipo de deficiência, como padrão de beleza e sensualidade.
Porém, para não ser injustos, devemos levar em conta as diversas campanhas que têm sido realizadas, nos últimos tempos, contra a “magreza exacerbada” de muitas modelos, adotada por alguns estilistas, de cujos desfiles as mesmas não participam, se não estiverem no peso e aparência saudável, ideal a sua estrutura física.
Ainda há muito a se fazer, mas já contamos com pessoas de mente aberta, que estão dispostas a romper, radicalmente, com o preconceito e a discriminação e a acelerar esse processo de modificação de conceitos do que é ser bonito. Para que isso ocorra, já contamos com projetos que mostram que as pessoas com deficiência física ,sim, ter sensualidade e beleza e tornar-se destaque nessa área. Para isto, já contamos com algumas inovações ousadas, como a Agência de Modelos para Pessoas com Deficiência , situada em São Paulo, que insere seus modelos em desfiles específicos e também nos mais tradicionais, junto a modelos sem nenhuma deficiência e em ensaios fotográficos, fazendo com que (cadeira de rodas, muletas, bengalas, próteses), que, até então, eram considerados elementos de invalidez, que escondiam a beleza e a sensualidade de seus usuários, se transformassem em acessórios da moda, utilizados para quebra desses conceitos.
" A beleza eu não sei definir, mas, sempre que a vejo, sei percebê-la". Esta frase de Ivo Pitanguy – Cirurgião Plástico exprime o real conceito da ideia de vermos a beleza humana como algo diversificado, misteriosamente surpreendente!

domingo, 9 de maio de 2010

AMOR DE MÃE!

Ela sempre foi uma pessoa iluminada, decidia e determinada.
Casou-se aos 22 anos, teve sua filha aos 26. O desejo que fosse do sexo feminino era grande, no ultrason, foi mostrado que o desejo do casal se realizaria, o pai, não contém suas lágrimas de felicidade e desaba ali mesmo, na sala do exame, momento inesquecível para o casal.
Começam os planos para essa criança, imaginam momentos imensuráveis , o primeiro banho, o engatinhar, os primeiros passos, a escolinha, o colégio, faculdade...A criança nasce bem, vai pra casa e começa alí uma experiência incrível, difícil e inesperada para esse casal.
A criança chora desesperadamente por dias, os médicos tentam mudar a forma de aleitamento, além do peito, inserem outros leites e nada resolve, quando aos dois meses, tentam algo diferente e passam a dar papinha para uma criança de dois meses, mesmo assim ela chora em gritos. Então é descoberto por meio de um exame doloroso, sem anestesia por ser tão bebe, descobrem que ela tem um problema sério nos rins, a mãe acompanha tudo com dor no coração, mas com a certeza de Deus lhe presenteou com o nascimento dessa filha tão esperada, que tudo ia dar certo, começa ali um tratamento sério, aos 8 meses, milagrosamente a criança está curada de um refluxo gravíssimo e que poderia ter apodrecido seus rins. No momento que começaram a relaxar, a mãe percebe que a criança tem algo diferente, ao sentar-se ela caía de ladinho, e já começou uma outra corrida contra o tempo, levaram-na em muitos médicos e não definiam o que era, alguns chegaram a dizer-lhe que era para ela se aquietar, porque sua filha não tinha nada, que não ficasse comparando com as outras, mas ela sempre seguiu a intuição de seu coração, de sua alma esqueceu esses conselhos e seguiu a procura de outros médicos, um casal que era tão inexperiente, que viveram sempre na companhia e proteção dos pais, saem pro mundo, viajando muitas capitais a procura de uma resposta, até que as tem... Num fatídico dia, ouvem que sua pequena tinha Paralisia Cerebral e que pelo fato de ela ser inteligente, talvez pudesse andar um dia, mas que nada podia afirmar naquele momento. Outra luta, corrida contra o tempo, investem tudo que tem, tanto em questões financeira, quanto emocional. Essa mulher, que tempos antes vivia a vida de forma alegre e suave, encontrava-se diante de uma situação desconhecida e triste.
Transforma esse problema em motivo e desejo de viver com mais intensidade e atingir o objetivo que traçara ao engravidar,:fazer essa criança feliz, realizada e viver todas as fases planejadas. E assim o fez!
Foram anos de treinamentos, de lágrimas de decepção, escolas, passeios, brinquedos, pessoas más, de milhares de “nãos” ouvidos mas deixados para trás... Alguns objetivos traçados não foram alcançados de forma literal, como o primeiro engatinhar, os primeiros passinhos sozinha. Mas essa mulher, com a infinita sabedoria que Deus lhe concedeu, soube criar, dar amor, preparar para a vida essa criança, que nasceu tão frágil, com tantos desafios e barreiras, a fez de outra forma, não engatinhar, mas dar seu primeiros passos, a cada dia que amanhecia e que amanhece.
Viveu esse amor tão sublime e de forma visceral, que é o amor de mãe...
No mês de abril, essa “criança” completou 21 anos e recebeu a seguinte mensagem:
“Amada Filha
Por você oramos, pedimos a Deus uma linda filha, e Ele nos presenteou com seu nascimento.
Somos realizados. Você é exatamente a filha que desejamos. É amorosa, educada, bom caráter, digna, gentil, dócil, você é uma pessoa maravilhosa! Exemplo de determinação e humildade!
Hoje você faz 21 anos e nossa vivência foi de muito aprendizado, de muito amor e respeito, de lutas e vitórias, muitas vezes de tropeços, mas tropeços para nos impulsionar a dar um salto maior para a felicidade. Tivemos momentos muito tristes, mas nos unimos na fé, esperança e oração para o Senhor Jesus nos fortalecer, andar conosco lado a lado e, muitas vezes, nos carregar em Seus braços de amor. Nestes anos todos, cada palavra, cada atitude sua, só nos enche de orgulho e é motivo de agradecimento pela sua existência. E você sabe que nossa união e amor são incondicionais.
Camila, "Todo o poder no céu e na terra reside na pessoa de Jesus Cristo. Sem Ele, ninguém pode esperar ter sucesso. Porém, com Ele, o fracasso é impossível”.
Nosso desejo é que você O tenha sempre como seu Salvador e Senhor!
Querida tenha um feliz aniversário, que Deus te proteja sempre, ilumine seu coração que é tão lindo e cheio de amor.
Um grande beijo e obrigada por existir em nossas vidas!
Seus pais que te amam muito”
Pois é, essa “criança” sou eu!!!!!
Hoje comemoramos o dia das mães, quero deixar aqui um agradecimento a Deus, pela imensa sabedoria, bondade e misericórdia, por ser infinitamente maravilhoso e conceder a nós filhos, que nascemos um “pouquinho diferentes” mulheres tão maravilhosas , corajosas e determinadas que são nossas mães.
Em especial a minha que dedicou um amor de forma assombrosamente maravilhosa, encantadora, acompanhada de tanta sabedoria que é a responsável por tudo que me compõe e me faz ser essa pessoa realizada e feliz!
Vivo minha vida com um conselho dela...”Siga teu caminho sempre com duas sacolas imaginárias, uma em cada mão, uma com fundo a outra sem.Tudo que ouvir de bom, guarde na sacola com fundo e o que não for bom, guarde-a também,mas na sacola sem fundo, assim você vai seguir sua vida deixando para trás tudo que não lhe faz bem, carregando consigo somente o que lhe edifica, que lhe faz bem e feliz!”
Obrigada Valéria Mancini, minha MÃE!
Te amo!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Preconceito. Uma praga que denigre a espécie humana

Bom, como nem todos sabem, sou cadeirante há dois anos, tenho paralisia cerebral, que afetou minha coordenação motora. Estou com 21 anos, cursando Comunicação Social, porém, para chegar à universidade. Não foi fácil! Além de ter que superar minhas dificuldades e limitações, ainda tive que enfrentar uma grave “praga” que insiste em existir na cabeça e nas atitudes de muitos “seres humanos” desinformados, chamada preconceito.
Conheci esse tal preconceito aos 5 anos, quando meu sonho era estudar num colégio evangélico (inclusive da religião que sigo), mas não me aceitaram lá, simplesmente porque eu iria precisar de alguém, para me ajudar na locomoção, e meus pais sempre se dispuseram a ajudar ou deixar minha babá lá na sala de espera, para me ajudar nesses momentos. Mesmo assim, disseram-lhes não.
Então fui para um colégio que me recebeu muito bem e que, infelizmente, hoje não existe mais. Mas eram bem preparados para tratar as diferenças com o devido respeito (não tinha ligação religiosa), e, infelizmente, só funcionava como jardim e pré.
Bom, para resumir, como eu gostava, muito, da minha igreja, de sua doutrina, tentei estudar lá, em todas as fases da minha vida, que foram do jardim ao ensino médio. Mas tudo em vão, pois, a cada época, era uma desculpa.
Na quinta série, tentamos um outro colégio, que também tem certa ligação religiosa. E esse foi mais cruel, porque, lá, era e é adaptado, sem degraus, com rampas onde necessário, inclusive com o símbolo de acessibilidade.
Segui em frente, administrando cada ”não” recebido e fazendo deles um degrau, no meu caso (rampa), para minha subida e realização pessoal.
Passei a escrever e, em meus textos, incansavelmente digo que meu sonho é que a geração que vier depois de mim não tenha que travar uma “luta”, para exercer seus direitos de cidadãos.
Pois bem, 21 anos se passaram, estamos vendo, aí, campanhas para inclusão, para acessibilidade, até novela inserindo personagem com deficiência estamos tendo.
Infelizmente, nesta semana, fiquei sabendo de um caso que me deixou extremamente triste, revoltada e com muita raiva... Uma criança de 4 anos, viveu exatamente o que vivi, há 16 anos, na mesma escola que exibe o símbolo da acessibilidade. Essa escola esconde, atrás de uma máscara, um lado cruel, arrogante, ignorante e ruim. Daniela Mendes Alves, mãe do pequeno Pedro Lucas, me contou, num desabafo angustiante, que seu filho não teve o direito de frequentar a escola. Mesmo ele tendo feito uns dias de adaptação e sendo aprovado pela professora, não foi aceito, simplesmente porque é cadeirante.
Seus diretores usaram de muitas desculpas, até mesmo dizendo que alguns pais de alunos os questionaram sobre a presença de um deficiente físico no grupo, com seus filhos. E finalmente que eles não estavam preparados para recebê-lo.
“O fato final, para não aceitá-lo, foi realmente ele ser cadeirante e precisar de ajuda de uma pessoa em determinadas ocasiões, alegando que, se ele melhorasse um dia, poderíamos voltar lá, para matriculá-lo, e que eles não estavam preparados para receber alguém como ele. Isto tudo, sabendo que a situação dele não era de melhora, e, sim, de adaptação, porque ele é cadeirante. Independente de conseguir, um dia, andar pequenas distâncias, ele nunca será uma criança ou um adulto totalmente independente, o que foi colocado, desde o início, pra eles. Na verdade, foi a mesma coisa que dizer: seu filho não é normal, na minha escola só estudam crianças normais, que me deem lucro absoluto”, desabafa Daniela.
Não bastasse esta decepção, há duas semanas, Daniela, seu marido e Pedro estavam num shopping e ele, como qualquer outra criança, estava brincando, “correndo”, e, para surpresa de todos, chegou um segurança, solicitando(exigindo) que seus pais o fizessem parar de "correr", de brincar, que era para ele ficar quieto e parado ao lado deles, porque ele poderia machucar-se e machucar alguém, como se a cadeira dele fosse uma arma, e não as suas pernas.
A decepção foi grande e angústia causada na alma desses pais foi desumana.
Não podemos deixar isto se estender por mais tempo. Acredito que vamos conseguir mudar as coisas, primeiramente saindo das tocas, infelizmente tendo, ainda, que quebrar barreiras, superar nossos próprios limites, impondo, assim, nossa presença em todos os lugares. Com efeito, só assim, faremos valer nossos direitos; mostraremos a essa sociedade hipócrita e preconceituosa, a nossos governantes que existimos, que somos trabalhadores, estudantes, contribuintes, como qualquer outro ser humano.
Que possamos unir-nos numa só voz e objetivo, para que os outros que vierem depois de nós tenham mais facilidade para os estudos, trabalho, lazer. Enfim, que vivam de uma forma mais natural, descomplicada, que tenham só e exclusivamente que superar os limites da deficiência, sem ter que sofrer e clamar, incessantemente, por um direito constituído,que é a tão falada, discutida e almejada acessibilidade, inclusão social e o respeito a esses direitos...

sábado, 3 de abril de 2010

Na minha cadeira ou na tua?

Numa de minhas navegações pela internet, em 2008, procurando por profissionais com deficiência na área de comunicação, encontrei Juliana Carvalho, apresentadora do programa Faça a Diferença , da TV Assembleia. Canal 16, NET, que promove os direitos humanos e o respeito à diversidade, Juliana estava pensando em fazer um quadro para o Faça a Diferença que abordasse, de forma leve, as agruras do dia-a-dia das pessoas com deficiência.
Apresentei-lhe um projeto do qual ela gostou e, em reunião com sua equipe, foi aprovado e hoje faz parte de seu programa com uma vinheta em um de seus quadros.
Mas não é dessa parceria que quero falar hoje...
Quero falar um pouco dessa “Mulher-Menina”, Juliana Carvalho, que é um encanto, profissional maravilhosa, acompanhada do que acredito ser imprescindível numa pessoa, principalmente em profissionais formadores de opinião: a ética.
Ju,28 anos, mora em Porto Alegre-RS, é publicitária. Cadeirante desde os 19 anos, quando teve uma inflamação na medula, não deixou essa limitação física impedi-la de viver da forma que deseja, que lhe faça feliz!
Tive a oportunidade de ficar hospedada em sua casa, em 2008, e é uma delícia a convivência com ela.
Em dezembro de 2009, fomos a SP, numa passeata a favor da acessibilidade. No dia seguinte, combinamos ir ao MASP.
Se atrasou um pouco, foi de metrô, sozinha, desafiando os obstáculos impostos na gigante metrópole.
Chegou radiante, por ter conseguido essa façanha!
Passamos a tarde juntas e mais um casal de amigos dela, que amei muito conhecer também. À noite, fomos a uma choperia e lá ficamos por longas horas. Encanta-me a energia positiva que ela nos passa, o astral, a doçura acompanhada de uma postura firme e bem resolvida diante da vida.
Como não podia deixar de ser, Ju escreveu um livro, onde relata momentos importantes de sua vida, numa mistura de lutas e realizações. Não foi fácil, quem a conhece sabe que, por muito tempo, batalhou bastante, para conseguir a sua publicação. Mas é claro que o conseguiu (ela não adota a “o impossível” em seu vocabulário). São relatos importantes e que vão cooperar para a edificação de muitos.
E ainda teremos a oportunidade de conhecer um pouco mais dessa guria fantástica, que encanta e nos prende a atenção por longas horas.
Além do programa que apresenta o Faça a Diferença, Juliana mantém os blogs “Comédias da Vida Aleijada” e “Sem Barreiras”, esse do Grupo RBS, que aborda questões sobre acessibilidade e inclusão. Dirigiu o curta-metragem “O que os olhos não veem as pernas não sentem”, premiado pelo Júri Popular do Festival Claro Curtas de Cinema. E, agora, o seu primeiro livro: Na minha cadeira ou na Tua?
Parabéns, Juliana, pela conquista de mais um sonho e principalmente pelo exemplo de determinação, que é digno de aplausos!


Lançamentos "Na minha cadeira ou na tua?"



RJ - 08/04
Livraria da Travessa
Shopping Leblon

SP - 12/04
LIVRARIA CULTURA - CONJUNTO NACIONAL

BH - 15/04
Biblioteca pública estadual Luiz de Bessa

POA - 22/04
LIVRARIA CULTURA - BOURBON SHOPPING COUNTRY

Brasilía - 27/04
LIVRARIA CULTURA - CASAPARK SHOPPING CENTER

terça-feira, 23 de março de 2010

Amor e Respeito às Diferenças!

A chegada foi agradável, tudo é vida, imponentes e luxuosas árvores, formam o pequenino bosque; a sinfonia dos pássaros habitantes, perfeita aos ouvidos de almas viventes; perfumes misturam-se ao colorido do jardim. Madres tais quais anjos, em suas vestes alvas como a neve, nos dão as boas vindas!
Essa overdose de paz e tranqüilidade aos poucos cede lugar à curiosidade frente ao desconhecido. Ao adentrar os corredores frios, ladeados de portas entreabertas, os olhos assustados e curiosos alcançam leitos ocupados por seres fragilizados. Seguimos em frente, sedentos de novas descobertas. Chegamos a um dos cômodos mais esperado, onde seus moradores passam uma boa parte do tempo; uma sala, muitas cadeiras, imagens sacras por todos os cantos e uma TV, onde vêem o que acontece no lado de fora. O impacto do momento diante daquela cena (de homens contidos, com olhar vagante, em seu canto, só nos observando) foi quebrado por uma voz fraca, porém expressiva, recepcionando-nos com delicadeza e elegância nas palavras. João , orgulhoso, exibe um quadro na parede - Prêmio Dignidade 2004 - contendo seu nome, narrando as fases de sua vida, com riquezas de detalhes, nos surpreendeu, ao contar-nos que trabalhou, por alguns anos, na construção de nossa universidade. Com orgulho, comenta do sucesso e realização de seus filhos e netos, uma mente que se contrapõe a um corpo marcado pelo tempo, nos prende a atenção por quase uma hora. A vontade de ficar é imensa, mas a busca por desbravar, minuciosamente, aquele local era necessária. A volta pelos corredores nos levara a outros moradores que se aproximavam em busca de um gesto de carinho e de atenção...




Chegando ao lado oposto, um ambiente de paredes rosadas, flores e muita doçura, um certo romantismo pairando no ar, habitando, ali, rostos angelicais, remetendo-nos, imediatamente, à lembrança do acolhimento materno, sim, elas, as mulheres, por mais frágeis que pareçam ser. Pelas décadas já vividas, são capazes de nos encantar e enxergar a bela face do envelhecimento, a sabedoria!
Na sala onde ficam as senhoras que necessitam de um cuidado maior, por suas dificuldades de locomoção, algumas se destacam por algum motivo natural de sua personalidade; algumas carinhosas, outras curiosas e até dengosas, felizes com nossa presença. Enquanto conversava com Elza, uma senhora recheada de carinho e anseio em distribuí-lo, percebi o olhar fixo e rígido de uma senhora introspectiva e observadora. Aproximei-me, cumprimentei-a. Foi o suficiente, para desaparecer-lhe aquela imagem sisuda e nela brotar um sorriso discreto, porém pleno dessa senhora. Logo ao fundo da sala, na ponta de uma grande mesa, alguém diz algo que não entendemos. Ela, de olhos puxadinhos, uma oriental, se comunicando em sua língua, mas, pelo gesto, entendemos o que ela desejava, o que foi confirmado pela enfermeira, que permanece na sala. Ela queria falar e segurar a mão do meu amigo, que, gentilmente e num gesto de muito carinho, lhe retribuiu. E um fato bonitinho ocorreu no momento em que foi disparada uma luz, o flash da minha câmera, para registro da cena tão encantadora. Ela, num jeitinho meigo e dengoso, fez manha, esfregando as mãos nos olhos e dizendo ai ai ai (como uma criança que faz dengo, para receber carinho), arrancando sorrisos de todas as que estavam ali.


Saindo Dali, deparamo-nos com outra senhorinha, que achou muita graça, ao me ver numa cadeira de rodas, brotando de seu íntimo uma gargalhada que, talvez, há muito não se ouvia, mostrando, em seu pensamento, que cadeira de rodas era somente para os idosos.
Passando pelos corredores com portas adornadas de flores, o encantamento era maior a cada encontro, com uma agradável sala de terapia ocupacional com paredes revestidas de sentimento. O momento foi mágico, duas senhoras, com trabalhos distintos, porém magníficos, dona Aurora exprimia, no papel, a suavidade de seu interior. E Madá não emite palavras, mas a doçura de seu sorriso e olhar, noz faz entender as palavras contidas no íntimo de sua alma. Sobre a mesa, tecido com retalhos, um a um, com a sincronia perfeita na combinação das cores, um lindo tapete, que, no mês de dezembro, é acrescentado a outros trabalhos, e realizado um bazar beneficente. Quando registrada nossa imagem e mostrada e ela, a reação de surpresa e gargalhada nos fez perceber que, há tempos, não era retratada numa foto.


Cozinha organizada, pátios, quartos e corredores mostram o carinho que ali é plantado e cultivado.
Mas também encontramos olhares tristes, perdidos no vazio da solidão que invade o coração e o pensamento de cada um, demonstrando um desejo enorme de estar no seio da família, o que é angustiante.
Passei a semana com o pensamento voltado para eles, em seus pensamentos, com vontade de voltar e me solidarizar com cada ser ali presente.


Como lição, fica que nós jovens temos que valorizar cada minuto com nossa família, nossos avós principalmente, que a essência da vida é o AMOR e RESPEITO às DIFERENÇAS!!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Universo Mulher!


Numa realização do Governo do estado paraibano, por meio do Programa Estadual de Políticas para Mulheres, em parceria com Prefeituras municipais e organizações sociais, o “Universo Mulher” contou com apresentações artísticas e atividades de promoção à saúde e prevenção de doenças.

Com o objetivo de defender a diversidade cultural e social, a iniciativa reuniu ciganas, negras, índias e pertencentes a grupos, como quilombolas e adeptas do estilo gótico, policiais e teve, como convidadas, mulheres com deficiência física, que integram a Agência de Modelos para Pessoas com Deficiencia- Kica de Castro- SP, para desfilarem com roupas e acessórios de estilistas e artesãos paraibanos.

Quando Kica voltou da reunião realizada em janeiro último, para a seleção de mulheres em João Pessoa, comentou que estava encantada e satisfeita com a organização e a estrutura montada para a realização desse evento. Chegando lá, entendi o porquê de seu encantamento. A receptividade foi indescritível, bem como a organização, a atenção para conosco, desde o hotel até o centro cultural. Os artesãos, estilistas, organizadores se esforçaram, para que tudo saísse com perfeição, em respeito aos convidados e ao público presente.

Foi uma escolha feliz dos organizadores a inserção de todas as classes, crenças e estilos físicos de mulheres.

Cada vez mais caminhamos, para que essa inclusão seja realizada, aceita e respeitada. E continuo sonhando com o dia em que não teremos mais que lutar por ela, que seja naturalmente aplicada à sociedade.

Em nome de todas as meninas da Agência de Kica de Castro, quero agradecer aos organizadores e a todo o povo paraibano pela receptividade, o respeito e a simpatia que nos dispensaram.


Obrigada!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher em João Pessoa



O Governo do Estado da Paraiba, por meio do Programa Estadual de Políticas para mulheres(PEPM), em parceria com Prefeituras municipais e organizações sociais, realizará o I Círculo de Arte e Cultura. O evento acontecerá em João Pessoa-PB,de 06 a 08 de março, no Espaço Cultural e integra a programação comemorativa do Dia Internacional da Mulher.
A convite dos organizadores, Kica de Castro, que dirige a Agência de Modelos para Pessoas com Deficiência (SP), esteve, no dia 29 de janeiro último, no estado paraibano, para uma reunião no Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad), para selecionar mulheres que participarão do evento. Estarão presentes algumas de suas modelos. Haverá, também, uma exposição de fotografias de modelos já contratadas pela sua agência e de algumas paraibanas convidadas por ela durante sua visita.
“Voltei encantada e muito satisfeita com a organização, empenho e respeito dos organizadores do evento. É mais uma forma real de se abrir espaço para as pessoas com deficiência, mostrando à sociedade que beleza, talento e inteligência não dependem de um “físico perfeito”. Tenho modelos lindas, que estudam, trabalham e enfrentam os desafios da deficiência com maestria. São meu orgulho”, comenta.

Bom, pessoal, eu também estarei presente nesse evento e voltarei com todas as novidades que vir por lá.
Gostaria de dizer que me sinto muito honrada em trabalhar para a agência, porque Kica insere todos em seu casting e os valoriza, adequando-os a cada trabalho que lhe é solicitado, não age da forma que lhe convém, pensa no coletivo. Afinal,inclusão é isto.

Até a volta!
Dias felizes!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Hardcoresitting

O esporte radical adaptado(uma espécie de skate,adaptado para cadeirantes) foi criado em Las Vegas, Cálifórnia, por Aaron Fotheringham,17 anos, com lesão medular e que usa cadeira de rodas. Filho de skatistas, que desde cedo, apresentaram os ralfs ao garoto. Ele acompanhava o irmão à pista de BMX (Bike Freestyle). Algum tempo depois, Aaron resolveu dropar da rampa, gostou, uma ousadia que deu certo. As imagens correram o mundo pela internet, espalhando, assim, o esporte.
Pablo Moya, psicólogo desportivo, dirige a equipe de basquete sobre rodas de São José dos Campos-SP, conheceu o esporte na Califórnia e resolveu trazê-lo para o Brasil, contando, hoje, com 3 atletas:
Adriel Silva, 17 anos, com Paralisia Cerebral;
Fernando Mendes, 26 anos, com Lesão Medular;
Carlos, 15 anos, com Lesão Medular.
Por ser um esporte novo no Brasil, é pouco conhecido. Ainda não houve competições. Por enquanto, realizam apresentações em várias cidades do Brasil, a exemplo de São José dos Campos, na edição do Ação Juventude. No dia 6 de fevereiro, foram uma das principais atrações, causaram grande entusiasmo aos participantes do evento no Poliesportivo da Vila Tesouro, fazendo com que a Assessoria de Políticas para Pessoas com Deficiência(APDE) estude a possibilidade de inserir o hardcore sitting em outras edições do Ação.
Já está em desenvolvimento uma cadeira apropriada, pois as usadas, atualmente, são adaptadas para certas funções, como, corrimão etc...
A equipe está em busca de patrocínio para o ano de 2010, o que poderá fomentar o esporte, trazendo mais atletas e, futuramente, passar de apresentações para torneios e campeonato brasileiro.
Para Fernando Mendes Junior, este esporte é mais uma forma de incluir a pessoa com deficiência e mostrar que seus limites São totalmente superáveis, quando se tem coragem, determinação e persistência. “Seu intuito, como um todo, com certeza é a superação; mostrar que não há limites, é vencer as barreiras do preconceito que nos cerca todos os dias e que há muito a ser vivido, mesmo depois de uma lesão”
Adriel, Fernando(descendo a rampa) e Carlos

Adriel

Adriel

Adriel, Carlos e Fernando Mendes Junior

Contato:
Pablo Moya Ruiz de Abreu: pablo.moya@terra.com.br
Maria Carolina Kobylanski: carolkobylanski@hotmail.com
Adriel Silva: adrielsilva22@gmail.com
Carlos: juninhu_eumesmo@hotmail.com
Fernando Mendes: fer.ador.ador@hotmail.com

domingo, 17 de janeiro de 2010

Viver a Vida... Luciana volta a ser Top !

Após acidente, Luciana (de Viver a vida, novela da Rede Globo), que ficou tetraplégica, posa para as câmeras de Ingrid.(capítulo que vai ao ar, nesta segunda-feira 18), a ajuda da enfermeira é fundamental. Sem ela, para posicionar Luciana durante o ensaio, a sessão não seria possível. Mas o resultado é belíssimo.
Mesmo na cadeira de rodas (que Luciana temia que pudesse tirar a beleza das fotos), a modelo arrasa.
Aliás, sua profissão faz toda a diferença. Luciana, mesmo que guiada por Ingrid durante os cliques, ajudando-a a explorar seus melhores ângulos, tirou as fotos, que ficaram excelentes.
No fim, Ingrid e suas assistentes ficaram lisonjeadas, por poderem realizar trabalho tão bacana com a modelo. Miguel completa, meio de brincadeira, meio sério: “Não sabia o que era fotografar uma top”.
Fonte http://viveravida.globo.com/Novela/Viveravida/Fiquepordentro/0,,AA1707784-17526,00.html


Foto TV Globo/Divulgação

Neste caso, aquela clássica frase de que a “Arte imita a vida” se aplica muito bem, pois, há 7 anos, a fotógrafa e publicitária, Kica de Castro, vem desenvolvendo o mesmo trabalho, que, em seu início, teve o mesmo objetivo retratado pela novela: resgatar a auto- estima das pessoas com deficiência(chamou isso de Fototerapia), principalmente das mulheres, que se preocupam mais com a estética, em manter-se bonitas e sensuais. Com o passar do tempo, esse trabalho ultrapassou as fronteiras da terapia física e mental e ganhou essência profissional. Nessa atitude de ousada inovação, abriu as estreitas portas do estigmatizado e padronizado mundo fashion, para que deficientes físicos pudessem mostrar a todos e provar para si mesmos que possuem e podem, sim, exibir seus talentos em toda e qualquer área, incluindo o mundo da moda . Prova disto é que a ideia de Kica de Castro saiu dos limites do estúdio , para ganhar amplitude nas passarelas, com diversos convites para desfiles em São Paulo e outros estados, como Goiânia, MG e PR... .Além da importância profissional na vida de cada modelo, um outro papel fundamental desses eventos é o de ampliar a visão do que é e como é realizar a verdadeira inclusão, já que muitos não são direcionados somente para pessoas com deficiência física, como num desfile realizado em São Paulo, onde uma modelo amputada de uma perna desfilou de forma exuberante e tão igual, junto às outras modelos sem deficiência, arrancando aplausos calorosos de todos os presentes.
Espero que Luciana avance em suas perspectivas e que, assim como no caso da vida real, deixe de ser algo somente para melhorar sua auto-estima e se torne seu trabalho, para mostrar ao grande público e, até mesmo, para muitos deficientes que estejam passando pela mesma situação, que é possível ser feliz e realizar seus sonhos profissionais e pessoais, mesmo estando numa cadeira de rodas. Basta entendermos que a cadeira, para nós, não é prisão, e, sim, uma forma de liberdade e autonomia para nossa nova condição de vida.
O que nos aprisiona, realmente, é a forma como canalizamos os pensamentos em nossos limites, afinal o pensamento liberta o corpo!

Conheça algumas "Lucianas" da vida real:



Caroline Marques, 29 anos - paraplégica
" Todos veem a mulher que sou, a cadeira é apenas um detalhe."
Modelo fotográfico e de passarela.

Patricia Lopes,25 anos - paraplégica
"Tinha tudo marcado para começar a ser modelo,
aí veio
o acidente. Pensei que nunca mais iria realizar esse sonho."


Carina Queiroz, 30 anos - paraplégica
“Estar de bem com a vida, é saber aceitar o corpo
do jeito que é e entender que mesmo numa cadeira de
rodas posso ser uma mulher bonita, uma mulher sensual”

Camila Mancini, 20 anos, Paralisia Cerebral- quadriplégica.
“Quando fiz as fotos, como toda mulher retratada por um profissional,
senti-me mais bonita, descobrindo formas de posar de maneira não
convencional, quando se pensa numa cadeirante.”

Diolice da Silva Barbosa, 21 anos, tetraplégica.
" Por ser tetraplégica, achava que a proposta de ser
modelo era loucura. Quando fiz as fotos, descobri que
posso dar ao meu corpo os movimentos que eu quiser.
Agora nada me impede de ser modelo

Jack Brisse, 29 anos - lesão medular
"Acima de tudo, sou uma bela mulher!"

Eliane Santos, 30 anos, Bahia
“ Ser fotografada por Kica era meu sonho, viajei da Bahia até São Paulo,
seguindo mais de 600 km, até a cidade de Presidente Prudente, onde
ocorreu o Caça Talentos”, uma busca de novos modelos para o casting
de sua agência. Valeu a pena correr atrás de meu sonho, já estou colhendo os frutos.”


Alguns trabalhos publicitários:


Haonê Thinar, Dudé e Flavia

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Se Liga! Desliga!

Pessoal, como estão acostumados, em meu blog, falo sobre assuntos que envolvem a deficiência e seus afins... Mas, com os fatos que vêm ocorrendo pelo descontrole da natureza, não poderia deixar de abordar este assunto e apontar projetos que tentam minimizar esses estragos no meio ambiente.

Na virada do ano, tudo que desejamos é saúde, paz, amor, felicidade, conquistas... Acho que está mais do que na hora de acrescentarmos a esses desejos uma importante “atitude:” Mais cuidado com a natureza! "
O começo de 2010 foi marcado com as primeiras notícias no Brasil, carregadas de tristeza, desespero, dor, pela grande tragédia em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, e Ilha Grande, São Paulo, ceifando vidas de seres cheios de planos.
A cada ano, os desastres ecológicos vêm crescendo no Brasil e no mundo, os ecossistemas estão ameaçados pelo descuido do homem.


Nicholas Serrano/AE
Área onde a Pousada Sankay estava localizada na Praia do Bananal,
em Ilha Grande, litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. A Defesa Civil
contabiliza 24 mortos; 17 em Ilha Grande e 7 no centro de Angra dos Reis
Fonte: R7 Noticias/

Está na hora de tomarmos providências e nos unir, para salvar o que nos resta da natureza.
Já comecei, há algum tempo, a mudar meus hábitos, como ficar menos tempo no banho, desligar a luz do cômodo, ao sair dele.
Recentemente, conheci uma pessoa muito especial, Jonhnes Carvalho, preocupado com as questões ambientais, sempre procurando formas práticas de garantir a sustentabilidade. Apresentou-me uma campanha muito interessante, à qual todos podem aderir. Trata-se de um projeto que visa à redução da emissão de CO2 no planeta.
Tudo começou no terceiro ano do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Adventista de São Paulo, onde os alunos são desafiados a produzir três campanhas, entre elas uma campanha ideológica.
Foram desafiados a fazer uma campanha que juntasse pequenas atitudes e fizesse a diferença, a impactar o maior número de pessoas, a tal ponto, que elas também aderissem a ideia. Após algumas pesquisas, o grupo decidiu criar uma campanha que incentivasse as pessoas a saírem do MSN, enquanto não estivessem no computador, pois assim economizariam energia em suas casas e nos servidores da Microsoft, já que os mesmos funcionam normal, mesmo quando o computador está em Stand By. Com a boa aceitação da ideia, foram novamente desafiados a ampliar a abrangência do projeto e cuja campanha incentivasse as pessoas a desligarem o computador.
Após mais algumas reuniões e pesquisas, perceberam a necessidade que as pessoas têm de tirar um tempo para elas mesmas, de voltarem a praticar, na vida real, atividades que hoje fazem on-line, muitas vezes alienados e automatizados; e principalmente da importância de desligarem o computador, enquanto não o estivessem utilizando, ajudando, assim, não só à vida social como também a economizar energia e a reduzir as emissões de Co2 geradas pelos servidores de internet. Isto mesmo, a internet também polui!
Mas como seria possível conseguir essa façanha, já que o computador se tem tornado instrumento indispensável para a maioria das pessoas em seu trabalho, escola e, até mesmo, na hora do lazer?
Com essa missão quase impossível nas mãos, surgiu, então, a ideia da campanha 1h100Pc "Se Liga! Desliga!", onde se propôs que as pessoas desligassem seus computadores 1 hora por dia e aproveitassem esse tempo, para praticar atividades que não consumissem energia.
Após a apresentação da campanha, foi ela aceita com grande êxito, tomou tamanha proporção, que conta, hoje, com mais de 3 mil cadastrados nas redes de que participam, tendo grande divulgação nos meios de comunicação. Sites, blogs e twitter acabaram ganhando a simpatia de Paulo Coelho, Sheila Carvalho, Thalita Lipi, incluindo conselhos do cantor Netinho.


A ideia se tem espalhado cada vez mais e a equipe está trabalhando em vários projetos, que irão apoiar a ideia inicial de cadastrar 1 milhão de pessoas no site. Com isto, pretende conscientizar a população sobre a importância do quanto é necessário respeitarmos os limites da natureza, para garantir nossa própria existência e evitar tragédias que vêm ocorrendo frequentemente.
E com muita honra, a partir de agora, também faço parte dessa luta, integrando a equipe da campanha, a convite do meu amigo Jonhnes Carvalho, um dos idealizadores do projeto.
O meu lema para e 2010 será: "Se liga! Desliga!"
E o seu???


Para saber mais, acesse: http://www.1h100pc.blogspot.com/